Análise: vencer, vencer, vencer. Agora falta o Flamengo de Abel Braga convencer
Rubro-negro pouco criou mais uma vez e sofreu para vencer o Boa Vista
O time do Flamengo é badalado, estrelado, com ótimas peças de reposição. Mas à beira do campo tem um treinador que parece ser ultrapassado e não sabe como tirar o melhor de seus jogadores. E foi assim em mais uma partida pelo Campeonato Carioca, na vitória sobre o Boa Vista.
Abel Braga mandou a campo, em 4 rodadas, quatro times diferentes. Na estreia, contra o Bangu, e no penúltimo jogo, contra o Botafogo, os jogadores do chamado ‘time A’ foram os escolhidos. Na quarta-feira passada, contra o Resende, e ontem, contra o Boa Vista, os jogadores do ‘time B’. O que acontece é que no time dos jogos ímpares, os reforços Gabigol, De Arrascaeta e Bruno Henrique não foram titulares. E eles não foram contratados para ficar no banco. No time dos jogos pares, duas formações totalmente diferentes. Na primeira partida, três volantes, um meia e dois atacantes. Ontem voltou ao habitual 4-2-3-1. A pergunta que fica é: qual vai ser o time titular e como vai jogar?
No jogo de ontem, mais uma vez o Flamengo pouco criou, sofreu para chegar ao gol adversário e dependeu muito do individualismo de suas estrelas. O técnico Abel ainda não definiu uma forma de jogar. O time busca muito os cruzamentos e não tem objetividade. E essa definição precisa aparecer o quanto antes, porque daqui a pouco começa a Libertadores.
Vamos para as análises individuais
César: exigido em duas vezes. Na primeira, salvou; na segunda levou um gol defensável;
Rodinei: muito marcado e criticado pela torcida, pareceu sentir mais uma vez as críticas e não conseguiu ir bem, apesar de começar a jogada do gol de Henrique Dourado;
Léo Duarte: sempre seguro na defesa, o jovem e rápido zagueiro foi mais vez um dos destaques do time do Flamengo e parece se consolidar cada vez mais na equipe;
Rodrigo Caio: melhor em campo! Dos reforços contratados nesta temporada, foi o que teve mais tempo de jogo e tem agradado bastante. Falhou nos primeiros minutos da estreia contra o Bangu mas depois disso foi praticamente impecável. Seguro na defesa, bom no jogo aéreo (ofensivo e defensivo) e com qualidade para sair jogando. Foi recompensado com o gol da vitória;
Trauco: contra um adversário que não exigiu muito da marcação do peruano – que é o seu maior defeito – se destacou e foi muito ativo no ataque. Inteligente com a bola nos pés, deu mais uma assistência;
Piris da Motta: responsável por fazer o trabalho sujo, cumpriu bem a função. Um pouco ansioso na hora de passar a bola, mas nada que comprometeu o time;
Jean Lucas: esse não foi bem. Não conseguiu ir bem no ataque e nem na defesa;
De Arrascaeta: ainda se adaptando, o uruguaio começa a mostrar seu estilo de jogo. De cabeça sempre erguida, com bons passes e ótima visão de jogo, o meia já vai demonstrando suas credenciais;
Vitinho: mal mais uma vez, o jogador se atrapalhou em alguns momentos e foi vaiado ao ser substituído. Acertou um chute na trave, que resultou no primeiro gol;
Gabigol: se movimentou bastante, começou pelo meio, caiu pela esquerda, caiu pela direita. Brigou, se esforçou e lutou. O gol ainda não saiu, mas o artilheiro tá fazendo por onde;
Henrique Dourado: pouco participativo, está sempre esperando a bola chegar e nem sempre consegue ficar com ela;
Bruno Henrique: entrou com festa por parte da torcida, e com muita velocidade pelo lado esquerdo, tentou mudar a partida;
Éverton Ribeiro: foi quem realmente mudou a partida. A sua entrada mudou a postura do Flamengo, que passou a trabalhar melhor a bola. Deu uma assistência, a 4ª no Campeonato Carioca.
Uribe: apesar de ser da mesma posição de Henrique Dourado, procura jogar de forma diferente. Sai mais da área, busca o jogo, faz o pivô. Foi premiado com um gol;
Abel Braga: o time parecia meio perdido, sem um padrão tático definido. Com as alterações no decorrer do segundo tempo, a equipe melhorou e chegou à vitória.