F1

Ayrton Senna é o “anjo da guarda” na vida de Francisco Ribeiro

Francisco Antônio Marques Ribeiro é português, mas vive na Bélgica (onde chegou em 1988) e hoje possui dulpa nacionalidade e por coincidência ele é um ano, um mês e um dia mais novo que Ayrton Senna.

Ele começou a assistir a F1 em Portugal (em 1985) quando tinha o Grande Prêmio de Estoril, onde Ayrton Senna ganhava de ponta a ponta debaixo de forte chuva. Foi aí que começou a grande admiração por este piloto.

Ele sempre gostou de automobilismo e dos anos 70 a 88 ele seguia o Raly de Portugal, com pilotos como a francesa  Michele Mouton, o finlandês Timo Salonen e seu compatriota Markku Alén, pois a região do douro com as suas vinhas (onde sai o vinho do porto) eram pistas excelentes para o raly e que foi considerado por muitos anos o melhor Raly do mundo.

Mas como piloto sua grande admiração foi Senna, principalmente em Mônaco onde ele dava lições de condução  e onde se tornou o Rei e também já tinha mostrado sua garra (em 1984) quando ele entra para a F1 e, debaixo de chuva, mais uma vez passa de quarto lugar para segundo, ultrapassando Niki Lauda e ficando atrás de Alain Prost.

E que ao ver o fenômeno atrás dele, pedia insistidamente ao diretor da corrida (Jacky Ickx)) para parar a corrida e se houvesse mais uma volta Ayrton Senna seria primeiro, porém a corrida parou com a bandeira vermelha.

“Ayrton Senna tinha mais que um grande piloto, ele era um seu humano incrível, quando principalmente arriscou a sua vida nos treinos do grande premio da Bélgica  para salvar um adversário (o francês Eric Comas) quando numa batida fica no meio da pista inconsciente e seu carro com desfeito.

Ayrton Senna ao ver o perigo, pára o carro, sai e corre entre os carros na pista e corta o contato, evitando a explosão do mesmo e fica ali até a chegada da equipa médica. São estes momentos que fizeram crescer a admiração”, diz Francisco.

Não esquecendo Donington Park (em 1993) onde ele pulou do 5º lugar para o primeiro, ficando conhecida a corrida com a volta prefeita, mas toda a admiração passou a ser muito mais que isso para Francisco.

Em 2014 ele teve um enfarte e foi operado do coração. Depois das visitas de amigos e familiares,  a sua companhia passou ser Ayrton Senna, pois ele lia e relia noticias, artigos e vídeos das suas vitorias e corridas uma maneira para passar o tempo, que era longo.

Em janeiro de 2017, num controle,  os médicos lhe anunciaram que tinha que ser operado novamente do coração. Ele ficou bastante assustado com a notícia, pois os médicos disseram-lhe que podia decidir quando queria ser operado.

“Eu não hesitei muito e pedi para ser operado no 21 de março 2017, sim escolhi a data do aniversario de Ayrton, pois queria muito estar bem, para poder celebrar com todos os fãs o seu aniversario. Antes da operação e na noite que antecedeu a mesma eu falei muito com ele. Ele estava la para me apoiar, pedi para que ele pedisse por mim mais um tempo aqui embaixo, pois eu quria muito ir rezar por ele em Ímola.

Arquivo Pessoal de Francisco Antônio Marques Ribeiro

Nos dias 28/29/30 de abril e 1º maio, um mês e pouco depois de ter operado, ele andou 2.500 Kms, passando por 5 paises (Bélgica, Luxemburgo, França, Suíça e Itália) para  rezar no monumento, junto à curva Tamburello no circuito Enzo Ferrari, em Ímola.

Lá ele colocou um ramo de flores e deixou um escrito nomeando o nome de amigos que, como ele, são fãs deste piloto. Ele deixou no muro de rede uma matricula belga  A-senna e a promessa que seria a matricula da sua autocaravana e a promessa de voltar em 2019, para os 25 anos da sua morte onde colocou um coração de rosas vermelhas  com uma faixa “25 anos de saudades”.

Mas, desta vez, ao passar por Luxemburgo ele levou consigo o amigo Paulo Ribeiro, pois era seu grande desejo. Na Suíça fizeram escala em Lugano para conhecer pessoalmente o amigo Rui Araujo (grande Sennista).

A chegada em Ímola, eles descansaram e depois voltaram a Bolonha (mais ao menos 40 kms), para irem buscar a Rita Ribeiro e Kiku Alexandre que vieram de Lisboa (Portugal), pois eles prometeram se encontrarem em Ímola para estes momentos com Senna.

Agora a promessa é de voltar em 2023, pois Francisco tem Ayrton Senna como seu anjo da guarda e ele teve a prova disso, pois quando visitou  a exposição no museu Checco Costa Ayrton Magico e sabendo que a Lotus de 1986 pertencendo ao Instituto Ayrton Senna estava presente, levou o capacete de 1985 e a bandeira portuguesa querendo por a bandeira em cima do carro e o capacete (replica).

Ele foi impedido pela segurança, ficando triste  e no dia seguinte dia da comemoração do 1º Maio. Antes de abrir a pista ao público a Lotus de 1985 conduzido pelo seu proprietário, fazia três voltas a pista em homenagem a Ayrton Senna.

Francisco Antônio Marques Ribeiro

“Eu estava na bancada ao meio de milhares de fãs e quando o carro passava à minha frente e eu fotografava  entre mim e o carro, passa uma pomba branca que eu fotografei o carro e a pomba”, diz Francisco.

“O carro termina a volta e eu emocionado no meio do público, grito ao fotógrafo para chamar o piloto. Eu quis agradecer, pois eu estava vestido com o macacão de 1993 e o capacete. No momento que o piloto me viu, eu bati a mão do lado esquerdo do peito e ele surpreendido e chocado, me convida a descer a pista enviando a segurança e um pouco depois, eu estava sentado na roda do carro”, conta Francisco.

Quando poucas horas antes, não pôde colocar a bandeira e o capacete no carro e essa pomba branca só ele entendia a simbologia. Tantos e tantos momentos, Ayrton Senna,  neste dia  voltou, pois ele se sente bem ali, mas o seu grande sonho é de um dia poder visitar o Instituto Ayrton Senna em São Paulo.

“Um acontecimento que, para mim, são provas de vida que Ayrton Senna é o meu anjo da guarda, foi que um dia em Portugal em suas férias, eu tinha ido com minha esposa, meus cunhados e meus tios à praia, mas eu não me sentia bem. Para não discutir com a minha esposa, eu disse que ia embora para casa, mas eu deixei.

Eu estava trinta quilômetros de casa. Como eu tinha um problema do coração e não podia tomar muito sol, não podia pegar muito sol e temperaturas assim, então eu chateado, zangado comecei a caminhar.

Já estava há uns cinco quilômetros. Num certo momento um carro que passou por mim e ele parou, abriu o vidro e a pessoa falou: ‘não sei porque mas algo me diz, eu senti, eu sinto, que você precisa de ajuda. Eu tive um sentimento que você precisa de ajuda’.

E quando o senhor do carro viu o boné, ele me perguntou: ‘esse boné não era do Ayrton Senna’? E eu disse que sim, que eu sou um grande fã. E a pessoa virou e falou: ‘ahh sim, agora compreendo’, ou seja, essa é mais uma prova que Ayrton Senna está por trás, pois eu estava precisava de ajuda mesmo”, conta Francisco.

Uma outra história Francisco vindo de Portugal com a sua esposa e, na França, ele andava 120, 125 por hora, e ultrapassou um carro espanhol, depois ele voltou a acelerar e lhe ultrapassou, e uma vez que fez a ultrapassagem, Francisco viu que o começou a travar.

Francisco ultrapassou o carro novamente, porém ele se sentiu muito fechado, pois era uma zona de 70 quilômetros por hora e ele andava a 120 por hora. Com isso, sua esposa falou que agora ela compreendia porque o outro carro travou. E essa multa, Francisco achou que seria muito pesada.

“Olha, se o policial francês for Prost, eu vou assumir uma multa salgada, mas se ele simpatizar com Ayrton Senna, quando ele ver a placa, ele vai perdoar a multa. E a verdade é que esse caso foi em 2018 e até hoje a multa não chegou para mim. Será que o policial era simpatizante do Sena e quando viu a placa ele não fez?” conta Francisco sorrindo.

Arquivo Pessoal de Francisco Antônio Marques Ribeiro

“É um orgulho muito grande, ter colocado na minha alta caravana, a placa A-Senna, com a designação de Ayrton Senna, mesmo quando eu aqui no Control Tecniquel, as pessoas perguntam qual é a placa, elas ficam olhando para mim e ficam admiradas por ter essa placa.

O orgulho maior ainda que tenho é quando eu viajo para Portugal atravessando a França, Espanha e chegando em Portugal, é de ouvirem carros que passam ao meu lado, levantam a mão, erguem os punhos e fazem sinais de contentes para me cumprimentar, para incentivar e para me agradecer por lembrar de Ayrton Senna”, conta Francisco.

“Seja quem você for, seja qualquer posição que você tenha na vida, do nível altíssimo, ao mais baixo social, tenha sempre como meta, muita força e determinação e sempre faça com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia você chega lá, que assim seja, meu anjo da guarda”, finaliza Francisco.

LEIA MAIS

Wilson Iguti fez várias esculturas do Ayrton Senna para mundo todo

Júlio ministra palestra inspirando em Ayrton Senna

Tags
Mais

Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Botão Voltar ao topo
Fechar
Fechar