Análise | O Gigante da Colina foi bem por que fez 5 gols? – Vasco x Volta Redonda
O Vasco venceu o Volta Redonda por 5 a 2 mas isso não quer dizer que o time foi tão superior assim.
Bem ou mal, venceu. A vitória do Vasco sobre o Volta Redonda nessa quarta-feira (23) em São Januário tem suas ressalvas. Apesar do placar de 5 a 2, o Gigante da Colina ainda precisa reparar algumas deficiências do elenco. Acompanhe a análise de desempenho dos jogadores na partida.
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O Cruz-Maltino meteu cinco bolas para dentro do gol logo na segunda partida oficial do ano. Este é um ponto positivo? Sim, claro. Mostra que o time tem jogadores competentes no plantel. Este elenco já é melhor que do ano passado em muitos quesitos. No entanto, isso não significa que os vascaínos devam se iludir. Isso porque ainda é notável algumas limitações dos jogadores que entraram em campo na última noite.
No gol, Fernando Miguel foi bem mais uma vez. Deixou passar duas bolas. Ambas com um alto grau de dificuldade para o goleiro. Vai bem desde o fim ano passado e, ao que tudo indica, seguirá desta forma. Melhor ainda seria se Martín Silva tivesse continuado no time. O Vasco ganharia muito com dois arqueiros desse nível. Mas essa já é outra discussão.
Pelas laterais o papo é outro. Na direita, Raul Cáceres foi bem. Contra o Madureira, o paraguaio teve uma estreia apagada e até foi substituído. Mas pudera, o sol na Zona Norte carioca não estava dando trégua e ele ainda está em fase de adaptação ao futebol brasileiro. No duelo com o Voltaço pôde aparecer mais vezes. O apoio ao ataque não é uma das virtudes dele, mas foi bem quando se mandou para frente. Na defesa, só não foi melhor porque fez a falta que gerou o primeiro gol dos adversários. Por enquanto, é o titular com méritos.
Do outro lado do campo a coisa é um pouco diferente. Danilo Barcelos chegou para ser a solução da lateral-esquerda. Entretanto, não fez a melhor das partidas enfrentando o Tricolor Suburbano e também não iniciou bem no desafio em casa. Os sintomas eram os mesmos: muitas bolas nas costas e cruzamentos mal feitos. A torcida já iniciava um protesto contra ele nas arquibancadas. Em seguida, fez um belo gol de falta e se redimiu – temporariamente. Mas mostrou que tem técnica e deixou as credenciais à mostra.
A zaga é sólida. Leandro Castan é o xerife. Mais uma vez foi bem e não tem muito o que se falar dele. É um atleta bastante regular. Nessa partida, vacilou ao tentar ajudar. Muitas vezes saia de sua posição para cobrir Danilo e acabava deixando espaços na defesa. Melhorando a comunicação com o lateral-esquerdo, o entrosamento chegará.
Werley não é o companheiro ideal mas cumpre a função com responsabilidade. Diferentemente de Castan, o zagueiro não é tão técnico e afasta o perigo da forma que pode. Não é craque, mas nesse time do Vasco é fundamental. Nesse início de temporada, o jogador ainda não conseguiu acertar o tempo de bola, porém é questão de tempo até isso se corrigir. Na segunda etapa deu lugar a Luiz Gustavo, que jogou apenas alguns minutos quando o jogo já estava definido.
Raul foi discreto na partida. Não ajudou ofensivamente e nem comprometeu lá atrás. Fez o simples. Não se destaca desde o jogo contra o Flamengo, onde saiu lesionado. Com esse tipo de atuação apagada, facilmente perderia a posição para Bruno Ritter ou Willian Maranhão.
Já o outro volante esbanja personalidade. O último a ser anunciado e incorporado ao elenco de Alberto Valentim, Lucas Mineiro mostra que não chegou ao Rio de Janeiro para ser coadjuvante. Contra o Madureira ele já havia ido bem. Dessa vez, foi melhor ainda. Foi sublime na marcação e na distribuição de bolas no meio-campo. O gol no final só sagrou o ótimo desempenho do atleta nos 90 minutos.
No segundo jogo como titular, o meio-campista Dudu marcou o primeiro gol como profissional. Ele era um dos mais atentos no gramado. Tentava fazer a bola rodar e arriscava alguns chutes. Ainda parece estar tímido mas já está se soltando. Não chega a ser uma joia da base, mas é no mínimo promissor.
Yan Sasse é uma lanterna. O baixinho iniciou bem a partida. Levava a bola ao fundo arriscando jogadas pelas laterais. Ao lado de Dudu, tentava penetrar a defesa retrancada do Volta Redonda. No segundo tempo ele fez cinco minutos de bom jogo e depois apagou. Ficou sem brilho e não criou mais nada. Falta intensidade nele. Claramente é habilidoso, mas talvez funcione melhor como um décimo segundo jogador.
Thiago Galhardo mais uma vez saiu do banco para mudar o cenário. Entrou no lugar de Dudu após o Esquadrão de Aço empatar em 2 a 2. Ele melhorou a dinâmica do time, realizando infiltrações agudas. Fez a bola chegar mais limpa para os atacantes. Participou dos dois últimos gols do Gigante da Colina. Será uma injustiça com o meia não colocá-lo na equipe titular da temporada. É o que mais merece a vaga.
Outro que entrou no decorrer da partida foi Yago Pikachu. Não parece mas ele faz diferença. Deu mais velocidade ao Cruz-Maltino e arriscava jogadas mais ousadas que os primeiros onze escolhidos pelo treinador. Não foi brilhante, mas elevou o nível do jogo.
Pelas pontas tinha um menino abusado e com estrela. Marrony foi o artilheiro do duelo, balançando as redes em duas oportunidades. Em ambas as ocasiões, ele fez a torcida estremecer com bolas choradas. A bola sobrava e ele batia. Gol! Ainda fraco defensivamente, o atacante buscava o jogo e a penetração pelas duas faixas do campo. Deu trabalho na esquerda e na direita. O prata da casa é dono de um grande potencial.
Já Ribamar fica com o prêmio de esforçado da rodada – mesmo que ela ainda não tenha terminado. O ponta de lança faz de tudo. Se tiver que ir pro meio ajudar na recomposição, ele vai se que peçam. Os zagueiros sofrem quando ele consegue dominar a bola. O jogador é muito forte e rápido. Nas jogadas aéreas, quase sempre consegue fazer o cabeceio. No entanto, falta poder de finalização. Tenta fazer o primeiro dele de qualquer jeito com a nova camisa, mas a pontaria vem atrapalhando. Ele ainda é muito deficiente nesse quesito.