Fernando Diniz analisa o clássico e diz: “fiquei feliz com o que a gente fez no segundo tempo”
Técnico tricolor conversou com os jornalistas após o Fla-Flu
O Fluminense perdeu para o Flamengo por 3 a 2 no último domingo. Diante do resultado, o técnico Fernando Diniz disse que ficou satisfeito com a atuação da equipe, principalmente com o segundo tempo.
Confira abaixo todas as declarações de Fernando Diniz.
O jogo
O fato de ter tomado dois gols jogando melhor, isso é do futebol. Futebol às vezes você joga melhor e perde o jogo, então não tem muita explicação para dar. A equipe voltou melhor para o segundo tempo, estava com um domínio bom das ações, aí sofremos o segundo gol por conta de um desajuste coletivo que era normal pelo fato da gente estar jogando com um time que não treinou junto. Quanto as substituições, a intenção era melhorar o time e naquele momento era importante mexer. Tirei o Mateus Gonçalves que é um jogador que a gente gosta muito e o Allan não saiu por conta do erro. Ele saiu porque eu tinha que botar o time mais para frente, o Caio Henrique já está mais acostumado com aquela posição e eu tive a opção de colocar o time mais para frente para tentar empatar a partida.
Poupar jogadores
A gente fica comentando em cima de resultado e é aquela velha história: Fluminense podia ter empatado o jogo, ter virado, ou não ter oferecido as chances que o Flamengo teve, principalmente no segundo tempo, que eram lances bem evitáveis os lances dos gols, e a gente fica nessa de comentar o resultado do jogo e a gente fica sempre correndo atrás do rabo. Os jogadores não jogaram porque a gente jogou 11 partidas em pouco mais de 40 dias. Eu já estava levando o time no imite do desgaste físico. E o melhor para o Fluminense, pensando no campeonato, pensando na temporada, foram os jogadores serem poupados e não vencer a partida com os titulares. Se tivesse vencido com os titulares pensando só no resultado não seria a melhor opção. Porque a sequência é o que nos interessa e a gente arrisca os jogadores de se lesionarem a gente ia ter um arrependimento muito maior. A decisão tem que ser ajustada e avaliada no momento que ela é tomada, e não pelas consequências. A gente tomou a decisão sabendo dos riscos. Faltou um pouco de entrosamento, mas eu fiquei feliz, principalmente com o que a gente fez no segundo tempo.
Agenor e Calazans
Agenor é um goleiro que eu conheço há muito tempo, formado no Inter (de Porto Alegre), é um goleiro que tem tudo a ver com os grandes cubes e a gente tem dois grandes goleiros: Rodolfo e Agenor. Está muito bem treinado, e a atuação dele foi muito boa e muito segura. Sobre o Marcos Calazans, a minha relação com ele é muito próxima. Não sei dos problemas que ele possa ter tido com o clube no passado ou se tem um problema hoje. Mas especialmente comigo, ele é um jogador que eu confio muito, vejo muito potencial nele, gostaria de fato que ele ficasse para nos ajudar. Não sei se ele vai ficar ou se vai sair. Mas enquanto ele está comigo ele joga sempre da mesma forma, sempre se entregando e hoje ele fez uma boa partida e ajudou o Fluminense.
Acréscimos
É difícil falar. Foram dois minutos de acréscimos e praticamente não teve jogo. Eu nem ia tocar neste tema e não foi por isso que não ganhou, mas já que você tocou, teve jogador com câimbra, jogador do Flamengo que pediu atendimento duas, três vezes… então não se justificava dois minutos, mas tudo bem.
Importância do jogo na hora de poupar jogadores
Para mim, todo jogo eu encaro como clássico importante, não fico fazendo distinção do Flamengo e do Boavista. Você vê que o Vasco perdeu para o Bangu, tinha perdido para a Cabofriense. O que vale é você somar pontos dentro do campeonato. Naqueles momentos a equipe estava em condições, sem as viagens e pelas análises dos dados da fisiologia os jogadores tinham condições de jogar e jogaram bem e não tem ninguém lesionado. As decisões foram todas acertadas e o dia de poupar era hoje.
João Pedro
É um jogador que tem muita estrela e que jogou poucas partidas. Infelizmente ele teve o problema no tornozelo. É um atleta que tem um potencial muito grande e um futuro brilhante pela frente.
Avaliação sobre o time reserva
É a mesma forma de atuação. E mesmo com o calendário apertado, a gente sempre se dedica muito aos jogadores que não estão jogando. O jogo em si não é só treino, ele modifica. Tem o estado emocional e até os jogadores se adaptarem leva tempo. É diferente fazer as coisas no treino e no jogo normal, ainda mais num jogo lotado de gente. Conforme o decorrer da temporada, quando eles tiverem mais oportunidades para jogar, eles vão ter uma adaptação melhor. Mas eu fiquei feliz com a participação dos jogadores. Tiveram alguns desajustes naturais que a gente sabia que ia ter, a gente botou um time, que embora não fosse considerado titular, a gente queria vencer a partida e enfrentamos um adversário poderoso. Um time muito forte, com jogadores de nível de seleção, então de maneira geral a minha avaliação é muito positiva hoje.
Sobre o próximo Fla-Flu
Não consigo fazer uma relação com esse jogo e o jogo de quarta. Esse jogo foi uma partida que não decidia muita coisa e o jogo de quarta é uma decisão. O que serve para o Fluminense também serve para o Flamengo. As equipes vão se conhecendo cada vez melhor, a gente tem que estudar ainda mais o Flamengo, ver como eles atuaram, eles vão ver como nós atuamos. São partidas bem distintas.
Falta de ritmo
A dificuldade maior de jogo eu acho que é a falta de jogo que esse time tem. O jogo não é só tático, físico e técnico. Parte muito pelo aspecto emocional da partida. Então acho que isso pesou um pouco. A gente foi se adaptando ao jogo aos pouquinhos, no segundo tempo a equipe voltou melhor. Estávamos conseguindo jogar nos espaços entre linhas. Essa adaptação que a equipe foi tendo durante o jogo foi muito importante. E isso você só consegue jogando e jogando grandes jogos. Existe uma diferença entre você jogar para um grande público e um peso emocional que tem um Fla-Flu.
Expulsão de Pablo Dyego
O Pablo Dyego nem viu o Léo Duarte, foi um lance acidental. Eu, se fosse o árbitro, não expulsaria. Porque ele não foi com a intenção de disputar a bola com um pé e o outro na cabeça. Foi um lance feio, mas eu não acho que era para expulsão.
Caio Henrique
O Caio é um jogador muito versátil. Ele já jogou nessa posição no Paraná Clube no ano passado muitas vezes, inclusive quando eu o enfrentei (pelo Atlético-PR) ele jogou de falso 9 e pelas peças que a gente tinha, pela dinâmica de jogo que a gente adota, ele é um cara que se adapta muito bem em muitas posições e naquela também. A intenção, de fato, era ter bastante flutuação, no primeiro tempo faltou a gente ter um pouco mais de posse no campo de ataque do Flamengo e a gente tinha que ter jogado um pouquinho mais para frente para poder usar mais essa flutuação do Caio Henrique, Daniel e Ganso e isso não aconteceu muito no primeiro tempo.