F1

Roberto Reis conta sua trajetória até o momento que escreveu livro sobre Ayrton Senna

Roberto Reis, nascido em Blumenau /SC e vivendo em Jaraguá do Sul/SC desde 2000 começou a assistir F1 aos 6 anos de idade (1977) pelo simples fato de sempre gostar de esportes e seus pais lhe contagiaram com as histórias das vitórias de Emerson Fittipaldi, mas seu ídolo é Ayrton Senna.

Quando Roberto começou a assistir F1, queria ver uma vitória de um piloto brasileiro. Ele lembra de assistir a primeira vitória de Nelson Piquet, transmitida pela Band e narrada pelo Galvão Bueno.

Ele pensou em correr, mas faltou oportunidade. Só anos mais tarde ele foi correr em um kart pela primeira vez. E ele ainda conta eu se pudesse correr com mais frequência, ele faria, pois é um esporte que ele gostaria de praticar, pelo prazer de dirigir e competir.

Um caso interessante eu Roberto contou é que há 2 anos ele foi convidado para assistir uma corrida de Endurance de Kart com 6 horas de duração. Ele pensou: “6 horas… é muito tempo”.

Mesmo assim ele foi lá participar, ajudar a marcar os tempos. Porém quando ele percebeu o tempo já havia passado e já estava acabando. Só aí ele viu que é realmente um apaixonado pelo automobilismo, independente da categoria.

Seu ídolo é Ayrton Senna tanto como piloto quanto como pessoa. Senna lhe inspirou a buscar sempre ultrapassar os seus limites. Em várias situações de sua vida, Roberto chegou em situações onde parecia ser impossível seguir, mas inspirado no Ayrton ele conseguiu seguir adiante.

“O próprio livro que escrevi sobre Ayrton Senna é resultado dessa capacidade de seguir adiante, de não aceitar o “não” e buscar alternativas e formas de tornar o meu sonho de publicar este livro realidade”, conta Roberto.

Arquivo Pessoal de Roberto Reis

Em anos anteriores Roberto vibrou muito com o segundo lugar de Emerson Fittipaldi no GP do Brasil de 1978. Depois acompanhou os dois primeiros títulos de Nelson Piquet.

Para Roberto, Piquet foi um piloto cerebral, competente, difícil de ser batido. Fazia corridas memoráveis. Em algumas corridas largava em quinto lugar e em poucas voltas chegava à liderança. Em outras ficava no meio do pelotão e em determinado momento da prova partia para o ataque e vencia a corrida.

Roberto conta que o melhor carro que ele viu correr, em anos anteriores, foi o MP4/4, a McLaren de 1988 de Ayrton Senna e Allan Prost. Foi um carro que já nasceu muito bom, mas o profissionalismo e a competição de Senna e Prost evoluíram demais o carro tornando impossível que algum outro carro chegasse perto deles em 1988.

A participação dos pilotos foi essencial na melhoria do carro. A partir dali, se profissionalizou de vez a Fórmula 1. Tudo passou a ser analisado.

Classificação, largada, motor, pneus, combustível, freio, tudo. A obsessão dos dois é que tivessem o mesmo equipamento e conseguiram levar o carro a um nível de excelência incrível.

Para Roberto o melhor piloto na atualidade é Lewis Hamilton. A grande qualidade dele é a capacidade de tornar a pilotagem algo mecânico e quase uma extensão do próprio corpo, deixando a mente livre para ainda poder analisar as estratégias da corrida e tomar decisões diferentes das que a equipe está sugerindo.

Outra coisa que o diferencia dos demais, é a capacidade de conseguir baixar um pouco mais o tempo que os demais nas condições limites. É um gênio.

Já o melhor carro na atualidade é a Mercedes, pois conseguiu o melhor em relação aos motores híbridos. Mesmo quando o carro não nasce bom, eles conseguem evoluir muito rápido e não param de querer evoluir.

Roberto conta que demorou 4 anos para escrever o livro depois de assistir um programa do Reginaldo Leme em 2010, bem quando Ayrton Senna estaria completando 50 anos.

Ele fez um primeiro esboço do livro e apresentou ao IAS (Instituto Ayrton Senna). Falou com o Mauro Ratto e ele lhe disse que o livro estava muito confuso e não estava claro, nem como Roberto tinha chegado àqueles resultados.

Então Roberto montou um projeto gráfico para o livro, mas que lhe obrigou a reiniciar a pesquisa, pois teve que ir nos detalhes de cada corrida, saber por exemplo as voltas das trocas de pneus e as voltas em cada corrida era decidida.

A pior parte foi conseguir a aprovação do IAS, pois a Dona Neyde não gostou do livro, ela disse que não havia história, só tabelas. Então, por isso, Roberto colocou em sua cabeça que ele precisava falar com alguém que entendesse de Fórmula 1 e não só de Ayrton Senna. Daí ele buscou uma oportunidade para apresentar o seu livro ao Bruno Senna. E foi o grande desafio.

A melhor parte foi conhecer o Reginaldo Leme. Que pessoa fantástica. Um grande amigo pra vida toda. Demorou muito pra ele fazer o prefácio, mas ele acabou fazendo no momento que Roberto menos esperava, na semana do GP do Brasil, onde ele deveria ter menos tempo.

“O livro foi uma grande oportunidade de rever toda a carreira do Ayrton. Meu grande desafio foi estabelecer os critérios para projetar as corridas fictícias dele. O interessante é que depois que você estabelece critérios, acaba tendo que seguir esta linha e descobri que em várias oportunidades, parecia que realmente tinha uma história que precisava ser descoberta e escrita.

Por exemplo, uma coisa que eu queria inicialmente é que o Ayrton Senna ganhasse a sua última corrida. E acabei chegando no GP do Brasil de 2004, uma corrida totalmente atípica, onde o melhor carro da Ferrari teve dificuldades, pois foi uma corrida com pista lisa.

Se fosse uma corrida com chuva forte ou com pista seca, seria uma vitória fácil da Ferrari. Com a pista lisa abria a possibilidade  de uma vitória do Ayrton, mesmo que ele não estivesse na Ferrari em 2004”, conta Roberto.

Outro item que é importante dizer é que sempre que você faz uma projeção, você pode ser: otimista, realista ou pessimista. Roberto pode dizer que suas projeções seguem uma linha realista e em alguns momentos em que teve dúvida.

Ele seguiu a linha mais pessimista. Não fez nenhuma corrida com o Ayrton vencendo só com a sexta marcha, ou passando 4 carros na primeira volta. Ele fez sem forçar nada e seguindo fielmente os critérios que adotou, chegando a um Ayrton Senna Heptacampeão com 102 poles.

“A grande lição que aprendi com Ayrton Senna é que quando a gente se propõe a fazer alguma coisa, tem que procurar fazer bem feito. E a fé em Deus. Se a gente se propõe a fazer o seu melhor. Se realmente você fez o seu melhor, deixe o resto por conta Dele. Porque a parte Dele, Ele faz. Ele só espera que nós façamos a nossa, da melhor forma que a gente pode”, finaliza Roberto.

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