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André Dellan, seu acompanhamento com corridas e torcidas contra Ferrari

André Luís Domingos Dellan, natural de Jacareí/SP e, atualmente, morando na cidade de Alfenas/MG acompanha corridas de F1 e outras categorias desde sua infância até hoje.

Coincidentemente, André nasceu no fim de Maio e, geralmente, o dia do seu aniversário, 27, cai no fim de semana mais emblemático da F1 e da Indy: o fim de semana da corrida de Mônaco e o das 500 milhas de Indianápolis. Não pode ser só coincidência.

André tem 28 anos e, desde que ele se lembra como criança, assiste F1. Seu pai sempre gostou, a família paterna no geral, e deve ter sido assim que ele começou a assistir e gostar do esporte.

“Uma das minhas primeiras lembranças é de estar em uma casa antiga que morávamos há pouco mais 20 anos, eu provavelmente tinha uns 4 anos na época (sei da idade pois nessa foto aparece o Schumacher, na sua Benetton azul, no ano de 95, e eu sou de 1991) e meu pai, provavelmente, tirou uma foto minha na qual aparecia no fundo a TV”, diz André.

Arquivo Pessoal de André assistindo corrida quando criança

“Essa é uma das minhas primeiras lembranças de infância, mesmo que talvez a minha memória me engane. Talvez lembro de tudo isso pela foto e não por lembrar exatamente deste dia. De qualquer forma, foi muito natural gostar das corridas de F1 e também da F. Indy/CART ainda na época. Cresci assistindo essas coisas na TV, assim como o futebol, os dois esportes prediletos”, diz André.

Ele nunca teve um “piloto de estimação”, não é fanático (como sou pelo time que torço, por exemplo). Ele conhece a maioria dos considerados grandes do esporte, mesmo que não seja contemporâneo da maioria, sempre gostou de pesquisar, de ler sobre, de entender melhor, por isso gosto do estilo e da pilotagem de vários.

Desde que ele começou a assistir, ele gostava muito do Hakkinen, Montoya, Raikkonen, mas acha que preferia tais pilotos por não estarem correndo pela Ferrari, ou melhor, por serem eles os que disputavam contra ela.

Quando começou a entender melhor como funcionavam as coisas, sempre era a Ferrari que estava na frente, sempre com o Schumacher. As primeiras temporadas que ele lembra de assistir são as do fim dos anos 1990, em 98/99 e,  a partir de 2000, ele lembra de bastante coisa.

“Já no começo dos anos 2000 em diante, até hoje, acompanho com bastante interesse. É justamente esse período em que houve o domínio da escuderia italiana, assim, acredito que a proximidade com tais pilotos citados anteriormente se deu por isso, mas também gostava de outros, como o Coulthard que, às vezes, também batia de frente com o nº 1 da equipe, o Hakkinen”, diz André.

Dessa época, ele tem inúmeros exemplares das revistas Speedway e Racing, que cobriam a F1 e a Indy/CART, além, claro de outras categorias. André acompanhou muito a Indy/CART nesse período, os títulos do Gil de Ferran, o começo do Helinho, do Tony, do Bruno Junqueira, do Cristiano da Matta, todos da Indy…

André achava linda a Penske Marlboro da Indy na qual o Gil foi bicampeão. Gostava e ainda gosta muito da Indy pelas corridas nos ovais e, também, pelos acidentes. Não é lá uma coisa muito boa de se gostar, já que tem uma vida do lado de lá, mas sempre chama atenção, sobretudo nos ovais.

“Admito que o que sempre me fascinou foi o monopostos, não tenho tanto interesse assim pelas demais categorias, como turismo. Mesmo assim, é sempre bom assistir uma ou outra corrida de outras categorias quando temos um tempinho livre, não?”, pergunta André.

Agora, voltando a questão do piloto preferido, ele sempre torceu para quem competia contra a Ferrari e contra o alemão Schumacher. Ele cresceu ouvindo o dueto do hino nacional alemão e, na sequência, o italiano.

Ele acha que de todos que competiram contra eles, o que menos André se simpatizou foi o Alonso. Mas adorou quando ele e sua trupe, com o Briatore na Renault, derrotaram os italianos e o alemão. Azar do Rubinho que nunca teve chance realmente. Ele gosta do Rubens inclusive, mais do que o Massa, embora o último tenha chegado mais perto de ter levado o título. Entretanto, não torceu pelo último e nunca torceu. E riu muito no fim de 2008.

Arquivo Pessoal de André ( carro dele com o adesivo do S do Senna)

“Atualmente, meu piloto preferido é o Hamilton. Assisto a F1 há no mínimo 20 anos e, dentre todos os que vi, ele foi, e é, o melhor. Sofreu um pouco no começo da carreira (a perda do título no ano de estreia dói até hoje, assim como o motor estourado em 2016, na Malásia), mas aprendeu com os erros (e não foram poucos), amadureceu (como poucos) e hoje caminha para ser o melhor dos melhores, se já não for, de acordo com os números. Me senti um pouco representado até, por ele, por nunca esconder ser ídolo do Ayrton, que, claro, foi meu ídolo e é, até hoje, de certa forma. Até mesmo profissional e academicamente”, diz André.

André é historiador e pensa, seriamente, em estudar mais a fundo o automobilismo e sua relação com a política no país, nos anos 1980, a famosa década de ouro do esporte no país, no seu projeto de Mestrado e, quem sabe, até um Doutorado. Quase ele fez seu TCC sobre o Ayrton e a sua relação com a mídia esportiva. Só não fez por considerar esse um assunto já saturado na academia. De qualquer forma, o interesse é tanto que extrapolou o lazer para invadir o campo do trabalho e do estudo).

Voltando, o Hamilton é hoje seu piloto preferido por esses e outros motivos. É um dos poucos esportistas de sucesso no mundo que é negro e que faz questão de não esconder que é, por exemplo. Só por isso já é motivo de se admirar, pois não deve ter sido fácil chegar onde chegou justamente por isso, mesmo que deva se considerar que teve chances e oportunidades que muitos sequer vão ter na vida. De qualquer forma, isso não tira seu mérito e seu talento de ter chegado onde chegou.

A equipe predileta, assim como o piloto, é difícil responder precisamente. Mas André tem muita simpatia pela McLaren e Mercedes, se for para escolher dentre todas as que estão no grid. Ele ainda prefere dizer que a sua equipe predileta não é a Ferrari, sendo todas as outras, portanto. Sobretudo a que vence a italiana.

Mas ele admite que não curte muito a fase vencedora da Red Bull, no início dos anos 2010. Foi quando ele deu até uma certa afastada das corridas, de assistir, de ler notícias… Mas não só por isso, por outros motivos também, além desse.

André também não gosta e nem nunca gostou do Vettel. Talvez por ser alemão também, talvez por ter vencido campeonatos nos quais o carro era tão superior que não tinha disputa. (Embora tenha acontecido isso de certa forma em alguns dos títulos do Hamilton).

“Mas aceito que ninguém é tetracampeão atoa, sobretudo se pensarmos que ele tinha um companheiro que, se não tinha o mesmo talento, pelo menos tinha o mesmo equipamento. Para mim, foi uma pena que o Webber não foi campeão, mas não foi por falta de competência dele próprio”, completa André.

“Quando adolescente, sempre quis correr de kart. Quando fui pela primeira vez, já com uns 16/17 anos, achei o máximo. Mas não podia ter ido antes e imaginar ser um piloto, assim como a maioria imagina ser jogador de futebol, era de longe uma utopia, um sonho muito, muito distante que nunca saiu do plano das ideias”, diz André.

Por mais estranho que pareça, ele sempre gostou muito de ver vídeos dos acidentes. Passou horas e horas acordado, madrugadas em claro, com seus tios, procurando e vendo acidentes antigos no Youtube.

André sabe vários de cabeça, lembra dos acidentes pelo nome dos pilotos, pois sempre “gostaram” de ver essas tragédias, que são inerentes ao esporte, não tem como dissociá-las. Mas ver uma delas ao vivo foi diferente. Ele lembra muito, como se fosse ontem, do acidente do Alex Zanardi em setembro de 2001.

André estava na oficina da loja do seu pai, sozinho, vendo a corrida (um sábado de manha, talvez, pois a corrida era na Alemanha) e quando aconteceu o acidente, ele lembra como se fosse em câmera lenta da cena. Seu pai e seu tio estavam trabalhando na loja e André estava na oficina, vendo a corrida, e se lembra de chamar todos para ver o acidente. Eles ficaram um tempão acompanhado, vendo a transmissão. É uma boa lembrança que tem de um momento trágico do esporte.

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