Fórmula 1: paixão que passou de tio para sobrinho
Maurício Isaac Celestino, nascido em São Paulo/SP e morando atualmente em Osasco-SP, começou a assistir Fórmula 1 no início dos anos 80 e tem Ayrton Senna como seu ídolo.
Seu tio Pedro ia, aos domingos, visitar sua avó e ficava assistindo a Fórmula 1. Ele gostava muito dos brasileiros na Fórmula 1, especialmente Piquet, que era o brasileiro que nos representava. Ele explicava ao Maurício como funcionava e contava histórias de Emerson Fittipaldi.
“Passei a gostar a ponto de inventarmos uma brincadeira que consistia em cortarmos figuras de carros e alinharmos. Todos jogavam dados e o resultado determinava quantos palmos de mão você avançava. Quem cruzasse primeiro ganhava”, diz Maurício.
Toda criança sonha em ser piloto e com Maurício não foi diferente, porém era financeiramente impossível. Porém, acendeu a vontade de querer dirigir, chegando a prestar atenção em qualquer pessoa que dirigia.
Seja um passeio, ficar atento a troca das marchas dos ônibus, o porquê de usar embreagem, o tempo do motor, saída, frenagens enfim, tudo. Isso despertou a vontade de dirigir, chegando aos 11/12 anos começar a andar, por 2 metros, com o caminhão (escondido) do seu pai. Geralmente aos domingos as 6hs da manhã enquanto ele dormia.
Depois com carros menores, a distância começava a aumentar para 10 metros, 100 metros, volta no quarteirão e depois vinham as broncas. (risos).
No inicio da carreira de Ayrton Senna (em 1984), ele começava a despertar o interesse do mundo e o seu também. Na época, somente tinham os acesso a informação pelo jornal (escrito), jornais esportivos (TV ) e ele já era um aficionado por Fórmula 1.
“Meu sonho era assistir ao vivo um GP, porém, na época, era impossível para eu ver, pois a corrida ocorria no Rio. Mas não teve quem me segurasse, pois nos anos de 85,86, e.87 Senna causou algo inexplicável nos brasileiros: Uma paixão louca pois começamos a nos sentir representados. (Apesar de termos Piquet )”, diz Mauricio.
Seu ídolo, sem sombra de dúvidas, é Ayrton Senna, pois ele sempre se mostrou para Maurício, ser uma pessoa mística, indecifrável. Sem o capacete era uma pessoa calma, meiga, muito tranquila e um garoto comparado aos monstros da Fórmula 1.
Esse mesmo garoto se tornava uma verdadeira fera tão logo vestia o capacete. Era totalmente implacável com seus adversários, que ficavam de queixo caído e sem entender como ele conseguia fazer com carros (infinitamente ) inferiores, se igualar e superar os mitos (Prost, Lauda, Rosberg, Piquet, Mansell, de Angelis e outros).
“Isso fez com que em 1988 eu fizesse uma aventura que chocou a todos meus amigos e familiares: ir ao Rio de Janeiro (SOZINHO), sem conhecer ‘nadinha’ daquela cidade (que todos diziam ser perigosíssima). Emprestei uma barraca, mochila nas costas e parti, com medo, mas fui mesmo assim”, conta Maurício.
Maurício ficou de boca aberta, pois tudo era diferente do que mostrado na TV, tipo: o som dos carros, a cor, a velocidade, a atmosfera. Com isso, ele se apaixonou mais ainda.
Nos anos seguintes, os que haviam lhe chamado de “louco”, passaram a lhe acompanhar (agora já em SP) e igualmente se apaixonaram e viraram fãs.
“Tive meu sonho realizado, pois além de ver meu ídolo de perto, vi também as vitórias, ao vivo, em Interlagos, quase pulei o alambrado. De quebra, consegui levar meu ‘veinho’ ( Sr.Isaac) que virou fã e viu a vitória de meu ídolo”, diz Maurício.
Na atualidade, Maurício tem como ídolo o piloto Lewis Hamilton, pelos títulos, pela maturidade que alcançou, mas também pela empatia que possui com o Brasil e os brasileiros.
“Tivemos um cara que mudou o conceito do que é realmente ser brasileiro, lutador, humilde, corajoso, perseverante, mas acima de tudo honesto. Portanto, ele mostrou para mim e para milhões, que, independente da situação que você esteja, trabalhe, se esforce pois é possível”, finaliza Maurício.
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