Análise: Regular e sem correr riscos – Vasco x Americano
Até o momento, o Vasco de Alberto Valentim é o mais regular do Campeonato Carioca
Na vitória por 1 a 0 contra o Americano, o Vasco apresentou dificuldades para “furar” o bloqueio do Cano, além de ter mostrado uma pontaria ruim. O Vasco ainda teve a expulsão de Andrey que deu oportunidade de crescimento para o Americano na partida.
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Nos 15 minutos iniciais o Vasco viveu bons momento. Atacando pelos lados, a equipe conseguia abrir a defesa do Americano, mas isso não durou por muito tempo. O Vasco começou a centralizar o jogo e então a transição ofensiva passou a ser mais lenta, o Cruzmaltino tinha a posse de bola mas não era eficiente, trocava passes no seu campo de defesa com Ricardo e Luiz Gustavo, sendo assim, não oferecia riscos à defesa adversária.
Apesar da falta de efetividade, o time mostrou organização e equilíbrio. Cedeu poucos espaços ao Americano, se impondo diante do adversário. O Vasco voltou a atuar pelos lados no fim do primeiro e começo do segundo tempo, porém com muitos erros no último terço do campo, as chances eram criadas principalmente quando os laterais desciam para dar apoio ao ataque. Enquanto o Cáceres atacava o Henrique permanecia e vice-versa. De acordo com o Footstats, foram 15 finalizações do time vascaíno, sendo apenas uma delas na direção do gol, exatamente o gol de Marrony. Para efeito de comparação, o Americano finalizou 7 vezes, sendo 5 finalizações certas.
O gol saiu em uma bola longa de Lucas Mineiro para Yago Pikachu na direita, que cruzou e Marrony infiltrou no meio da zaga do Americano e marcou de cabeça. As chances que mais levaram perigo ao gol do goleiro Luís Henrique foram construídas assim, da lateral para o meio. É provável que o resultado só não tenha ido além do placar de 1 a 0, pela expulsão de Andrey. Apenas quando o Vasco ficou com um a menos em campo que a partida ficou equilibrada e o Americano teve espaços para trabalhar a posse de bola e chegar ao ataque. Mas não obteve sucesso. Mesmo com um a menos e com o adversário tentando fazer pressão, o time encontrou espaços fazendo ligações diretas ao ataque.
O Vasco de Alberto Valentim mostra que tem bom potencial, mas só será possível saber a real maneira de jogar da equipe quando os principais jogadores, escalados juntos. Enquanto isso seria bom o Vasco melhorar a finalização e a construção das jogadas.
OS DESTAQUES
Marrony – 3 gols e uma assistência até aqui na competição, Marrony vem assumindo um papel importante neste começo de temporada, mostrando que irá brigar por uma vaga no time titular. Pela primeira vez o jogador jogou como centroavante no profissional, posição em que já foi aproveitado na base, não conseguiu e não consegue fazer o pivô como Ribamar, que foi o titular da posição nas duas primeiras partidas da temporada, e contra o Americano não se movimentou tanto, ficando mais centralizado como um clássico camisa 9.
Yago Pikachu – acredito que há uma subvalorização da torcida e mídia com Pikachu. Mesmo sendo artilheiro do Vasco na temporada passada, a torcida prefere a venda do jogador do que a permanência? Contra o Americano fez sua estreia como titular na temporada. Não só deu a assistência mas como foi o capitão da equipe na ausência de Leandro Castán. É um jogador que ainda pode ajudar muito o Vasco. Apenas em 2018, Yago Pikachu jogou na lateral-direita, que apesar de sua posição de origem não é o ideal, visto que, defensivamente não rende bem. Atuou de volante, como meia-atacante, na ponta direita e esquerda. Não foram em todas que rendeu em bom e alto nível mas é um jogador que pode ser um “coringa” para Alberto Valentim, e na atual situação financeira do Vasco não deve ser descartado.
Lucas Mineiro – deu o passe para a assistência de Yago Pikachu. Quando contratado a expectativa do torcedor era relativamente baixa, as primeiras partidas são boas, é o principal homem na transição ofensiva do Vasco ao lado de Thiago Galhardo. Contra o Americano atuou um pouco mais recuado por fazer dupla com o Andrey. Vejamos se nas partidas grandes ele manterá o desempenho. Apesar da carência da lateral-direita, aparentemente ter sido resolvida por Cáceres, Lucas Mineiro é o que melhor vem jogando, dos reforços que chegaram para a temporada 2019. Obviamente ainda restam Bruno César e Cláudio Winck estrearem.
Thiago Galhardo – mais uma ótima atuação de Thiago Galhardo. Mesmo perdendo uma chance em que poderia ter ampliado o placar para o Vasco, o meia se destaca. Não só pela qualidade técnica que mostra distribuindo o jogo, abrindo nas laterais para cruzar, ainda jogou de volante, após a expulsão de Andrey. A dúvida que fica não é quanto ao futebol de Galhardo e sim sobre como Alberto Valentim irá montar o time quando Bruno César estiver 100% fisicamente. Thiago Galhardo já jogou aberto pelo Madureira e também no Coritiba, porém ele sequer chegou perto de atingir o mesmo nível em que jogou pelo Vasco na última temporada, principalmente no segundo semestre. Manter Galhardo e Bruno César na mesma equipe, porém perder velocidade e na intensidade sem a posse de bola, já que, teoricamente o time ideal também contaria com Maxi López de centroavante, bancar Thiago Galhardo e perder um jogador que além de entrosado com o restante dos companheiros vive ótima fase, ou ainda bancar Bruno César uma contratação que todos olham como titular da equipe? Esta é uma questão apenas Alberto Valentim pode responder.
Yan Sasse – particularmente uma contratação que não vejo com bons olhos, por acreditar ser uma aposta e que já existem no elenco, jogadores, inclusive da base, que poderiam desempenhar a mesma função, como Moresche, Rildo e Lucas Santos. Contra o Americano talvez nem tivesse jogado, pois existia uma dúvida sobre no lugar de quem Thiago Galhardo entraria, na vaga de Dudu ou do próprio Yan Sasse. Dudu foi para o banco e o Sasse continuou com a vaga. Aproveitou bem a chance, mostrando um pouco do que se pode esperar dele, pela primeira vez fez uma jogada individual, partindo para cima dos marcadores. Aparentemente vai ganhando confiança, e então saberemos o que esperar de Yan Sasse, por enquanto não tem condições de ser titular.