Presidentes de Vasco e Fluminense falam ao Bem, Amigos! e não cogitam acordo sobre setor sul do Maracanã
Em entrevista ambos não mostraram interesse por acordo, mesmo após confusão em Final da Taça Guanabara e parte do jogo com portões fechados.
Nesta segunda-feira (18) os presidentes Alexandre Campello, do Vasco e Pedro Abad do Fluminense participaram do programa Bem, Amigos! da SportTV para falar sobre as cenas lamentáveis do último domingo na Final da Taça Guanabara, que começou pela discussão sobre qual clube teria direito a colocar sua torcida no setor Sul do Maracanã, onde o Cruzmaltino conquistou mais um título em cima do tricolor carioca.
Os dirigentes dos clubes falaram separadamente, cada um por 20 minutos em entrevista por telefone, ao vivo, apresentando argumentos e disseram não ter acordo, ambos exigem o setor sul da arquibancada para jogar Maracanã, a mesma questão que colocou os portões do estádio fechados até 30 minutos do primeiro tempo no clássico. A edição contou também com a participação presidente do Consórcio Maracanã, Mauro Darzé que falou por cerca de 10 minutos.
O primeiro a falar foi Campello que lembrou a vitória do primeiro clássico no maracanã em 1950, onde o time da Colina adquiriu o direito de ter o setor sul quando jogasse no estádio. Afirmou que tanto a FERJ quanto Complexo Maracanã Entretenimento (CME) garantiram o setor da arquibancada aos torcedores cruz-maltinos.
– Eu tinha a opção de mandar o jogo no Engenhão e disse tanto para o presidente do Complexo Maracanã quanto para o presidente da federação que só jogaria no Maracanã se houvesse essa possibilidade. Isso depois de o presidente do Complexo Maracanã, Mauro Darzé, dizer que o Fluminense tinha o direito de colocar sua torcida no Sul quando fosse mandante, e não visitante.E que caberia ao mandante, no caso o Vasco, escolher o lado que ia ficar.
Presidente do Fluminense fala de quebra de contrato
Abad lembrou contrato com a CME, dizendo que ele deve ser respeitado e afirmou que complexo tomou decisões baseadas em interesses comerciais, favorecendo o Vasco. Contou também que tentou enviar notificação ao clube cruzmaltino mas os advogados do tricolor foram recebidos com ameaças na porta do São Januário.
– Foi uma decisão comercial. O Consórcio está querendo “seduzir” o Vasco, se aproximar deles comercialmente, e está acenando com a quebra do direito do Fluminense. É exatamente isso. Só que contrato é contrato, tem que respeitar.
– Se as decisões judiciais fossem cumpridas, essa polêmica não existiria. Nós ficamos descontentes, porque não tivemos torcida no estádio, mas temos que procurar quem deu causa a isso. Quem fugiu ao direito? Quem descumpriu ordem judicial? Se formos por esse caminho, a gente vê com muita facilidade que o Fluminense não é responsável por isso – destacou Abad.
Presidente do Consórcio Maracanã também falou
Mauro Darzé diz que Fluminense tem direito preferencial pelo setor Sul da arquibancada do estádio como mandante, mas que o tricolor dificultou diálogo. Afirma que em nenhum momento o Maracanã descumpriu contrato ou decisão judicial e que as questões deveriam ter sido tratadas pelos presidentes na segunda-feira pós jogo.
– É muito difícil acordar numa segunda-feira, ler o jornal e ver aquela foto, para mim emblemática, de uma senhora segurando um bebê tentando fugir de alguma confusão em vez de entrar no estádio. O Maracanã em nenhum momento descumpriu a decisão da Justiça ou o contrato com o Fluminense… O Maracanã respeita todos os clubes, não podemos colocar nenhum obstáculo para que o Vasco volte a mandar seus jogos no Maracanã.
*Entrevista retirada do sportv.globo.com