As polêmicas que a Concessão do Maracanã envolveu durante os anos de atuação
Estádio passou por alguns momentos difíceis financeiramente e já ficou parado, sem manutenção por meses, relembre esses momentos que culminaram no cancelamento dos contratos do Governo do Rio com Consórcio Maracanã.
A decisão de entregar o Maracanã para concessão privada gera polêmica desde o início, mais precisamente em abril de 2013 quando audiências para decidir a empresa privada que se tornaria responsável pela administração do Estádio foram feitas e muitos protestos ocorreram por quem era contra a decisão. Até mesmo o Ministério Público do Rio de Janeiro entrou com uma ação judicial civil pública na época para tentar suspender o processo, alegando que os termos da concessão poderiam lesionar o patrimônio público e apontando um possível favorecimento a uma empresa na disputa.
Um dia depois, a Justiça estadual acatou o pedido do MP, concedendo liminar para suspender a licitação, mas, na mesma noite, a presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, desembargadora Leila Mariano, cassou a liminar e a licitação foi mantida.
A demolição de Estádio de Atletismo Célio de Barros, do Parque Aquático Júlio Delamare, da Escola Municipal Friedenreich e do Presídio Evaristo de Moraes, que fica a pouco menos de 1 km de distância do estádio, era outro ponto que causou polêmicas e discussões, a intenção era construção de estacionamento, lojas, cinema e academias de musculação na área. No fim, a escola foi transferida para o prédio da antiga escola de veterinária do Exército, em São Cristóvão e o governo do Estado modificou o contrato para preservação das estruturas do entorno do Maracanã.
Em 2016, antes do Consórcio entregar o Estádio para o período de Olimpíada e Paraolimpíada, passava por um momento difícil em que acumulava prejuízos, parte do motivo era a impossibilidade de exploração de nova área no entorno do Maracanã que seria muito rentável.
Abandono em 2017
O que se viu nos meses após as Olimpíadas foi um maracanã abandonado. Em março de 2016, o consórcio cedeu o Maracanã ao Comitê Organizador Rio-2016 para Olimpíada e Paralimpíada. Quando houve a devolução, o Maracanã S/A não aceitou o estádio de volta, afirmou que ele não estava nas condições que foi entregue. O gramado sem cuidado não lembrava em nada o da Copa do Mundo e das Olimpíadas, faltavam cadeiras nas arquibancadas, mas centenas delas estavam largadas pelos cantos.
O abandono chegou a tanto que equipamentos e materiais foram roubados. Funcionários da empresa responsável pela segurança do estádio, Sunset, registraram boletim de ocorrência, do furto de duas televisões de LCD de 46 polegadas, de um pino de mangueira de incêndio e de dois bustos, de cobre, um deles, do jornalista Mário Filho.
Em 26 de janeiro o abastecimento de energia elétrica do estádio do Maracanã, na Zona Norte do Rio, foi cortado por falta de pagamento. De acordo com a Globonews, foram 3 meses de atraso, num total de R$ 1,3 milhões em dívida. Na época a Light informou que como não foi procurada para o pagamento das contas e acabou cortando a luz.
Depois de meses de descaso, Flamengo assumiu responsabilidade temporária para que o estádio pudesse receber a estreia do time na Copa Libertadores de 2017, em março, e assim Maracanã voltou a abrir suas portas. O clube fez um acordo com a Odebrecht e concordou em pagar por todos os reparos que precisavam ser feitos para que o estádio ficasse em condições para receber jogos de futebol profissional.
Na fase final do Campeonato Brasileiro de 2016, Flamengo e Fluminense já havia pago os custos que não eram de suas competências para poder usar o estádio. Após isso o que aconteceu foi a tentativa da Odebrecht de vender a concessão do Maracanã mas nada foi fechado, apenas interesses de algumas empresas mas desistência de todas elas. O Governo do Rio de Janeiro deixou aberta a possibilidade de realizar uma nova licitação, agora com a cancelamento de todos os contratos com o Consórcio Maracanã, em dois meses, essa licitação deverá acontecer.