Flamengo

Francisco Dyogo volta aos campos com defesa de pênalti no sub-15 do Flamengo

Goleiro do Rubro Negro fez grande reestreia nesta quinta-feira, após sobreviver a tragédia no ninho.

Francisco Dyogo, goleiro do sub-15 do Flamengo e sobrevivente da tragédia no Ninho do Urubu, nesta quinta-feira(11), teve um ótimo retorno aos gramados, com direito a defesa de pênalti, além de ter  iniciado a jogada de um gol. O jogo foi contra o Barra da Tijuca e o rubro-negro venceu por 8×0. Para Francisco foi um momento emocionante e marcante, além de sua volta depois de viver o trauma do incêndio e passar dias no hospital, foi a primeira vez que seu pai, o viu em campo, jogando.

– Estou muito feliz por ter voltado. Foi a minha primeira partida como titular, e fui feliz em ter ajudado meus companheiros com um passe e pegando pênalti. Foi marcante também por ver meu pai na arquibancada – comentou o garoto de 15 anos.

O goleiro já havia sido relacionado pela primeira vez, na semana passada mas como só tinha treinado por dois dias, ficou no banco. Nesta quinta-feira ele teve sua reestreia, e fez parte da jogada que deu início a goleada, com um lançamento direto para o jogador França que marcou o primeiro gol e mais um. Darlan e João Vitor marcaram dois cada um e Petterson e Mandovani completaram.

O goleiro feliz ao cumprimentar seus companherios de equipe. Foto: Márcio Alves / O Globo.

Foi aos 9 minutos do segundo tempo o momento mais emocionante da partida, quando a arbitragem marcou um pênalti para o Barra da Tijuca. Antes mesmo de a cobrança ser feita, Seu Francisco, pai do goleiro, já previa o que estava por vir. “Pênalti é uma das especialidades dele” – comentou, na arquibancada. Dyogo defendeu a cobrança quase no meio do gol. Passado a comemoração inicial, apontou para o pai e dedicou a defesa a ele.

Dyogo sai abraçado com o pai após defender pênalti. Foto: Márcio Alves / O Globo.

Como a justiça determinou que os jovens da base do clube só podem ficar no Rio para treinar se estiverem com um responsável e Dyogo e o pai são de Fortaleza, Seu Francisco paralisou o trabalho e veio morar no Rio. Aqui ele torce para que a situação do filho com o clube se  resolva, já que precisa voltar para sua cidade e retomar seu trabalho e reencontrar a família.

– É minha mulher quem está trabalhando e cuidando dos outros filhos. Mas eu preciso voltar. Tem uma vida que deixei lá. Mas faço esse esforço por ele. Quero vê-lo realizar o sonho de ser jogador. Mesmo que eu perca o emprego.

Se abraçam na primeira vez que pai vê o filho em campo. Foto: Márcio Alves / O Globo.

Já Dyogo, agradeceu o apoio da família e falou sobre os sonhos para o futuro.

– Quero virar jogador profissional do Flamengo, conquistar vários títulos e dar uma vida melhor para minha família que vem sempre me apoiando – disse o goleiro.

Ele olha para o futuro mas não quer esquecer o passado, os companheiros de time, amigos, que ele chama de irmãos,  que morreram no incêndio em 8 de fevereiro. Entrou em campo com uma camisa, com uma faixa em luto com o nome dos 10 atletas, ela é usada em todas as categorias de base do clube. Além da homenagem marcada na pele, Dyogo fez uma tatuagem com a frase, “Garotos do Ninho” e a data de morte dos jovens.

– São os meus irmãos que se foram. Vão estar sempre comigo. Fiz essa tatuagem por eles. Essa vitória é dedicada a todos eles.

Dyogo fez tatuagem em hoemenagem a amigos. Foto: Márcio Alves / O Globo

Outro sobrevivente entrou em campo,  atacante Cauan Emanuel, essa é sua terceira partida, ele deu dois passes para gol mas não marcou. O único que continua internado e não retornou ao futebol, é Jonathan Ventura, que se recupera no Hospital Pedro II, em Santa Cruz, especializado no tratamento de queimaduras.

Fonte: Extra.

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