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Campeão da Mercosul, Leandro Ávila projeta duelo com o Grêmio: “No papel o Flamengo é melhor”

Ex-jogador do Flamengo bateu um papo com a equipe da Rádio Opinião

Já se vão 20 anos desde a última conquista internacional do Flamengo. Em 1999 o Rubro-Negro venceu o Palmeiras na final da Mercosul. Capitão daquele time, Leandro Ávila conversou com a Rádio Opinião.

Nascido em Porto Alegre, onde o Flamengo enfrenta o Grêmio nesta quarta-feira, o ex-volante se destacou principalmente no futebol carioca. Revelado pelo Vasco, Leandro conquistou o tricampeonato carioca de 1992, 1993 e 1994. Em 1995 mudou de clube, mas não de cidade. Deixou o Vasco e foi para o Botafogo, onde continuou brilhando, e conquistou o Campeonato Brasileiro. Passou ainda por Palmeiras e Fluminense até chegar no Flamengo.

No Rubro-Negro da Gávea foram mais cinco títulos: o tricampeonato carioca de 1999, 2000 e 2001, a Mercosul de 1999 e a Copa dos Campeões de 2001.

Desde a inédita conquista da Mercosul, o Flamengo teve mais duas chances de vencer um título internacional. Em ambas bateu na trave para times argentinos. Em 2001 foi derrotado para o San Lorenzo nos pênaltis. Em 2017, o Rubro-Negro perdeu a final da Sul-Americana (equivalente à Mercosul) para o Independiente. Caso chegue à final da Libertadores, o que não acontece há 38 anos, o Flamengo encontrará mais um argentino: Boca Jrs. e River Plate fazem a outra semifinal.

Para lembrar da última conquista internacional do Flamengo e a chance de repetir o feito após 20 anos, a Rádio Opinião conversou com Leandro Ávila. Confira abaixo.

Favorito para o confronto e comparação com o time de 1999

Leandro Ávila: “Se botar no papel, o time do Flamengo é melhor. Mas se tratando de Grêmio, é um jogo difícil. O confronto está aberto, mas acho que a qualidade do Flamengo é um pouco superior à do Grêmio.

Fazendo uma comparação com aquela época, nós tínhamos um bom time, mas não era um investimento tão forte como o que tem agora. Hoje em dia o Flamengo tem um craque para cada posição. Já naquela época, o que fazia a gente ter um bom time era o entrosamento do grupo. Nós sabíamos que tínhamos condição de ganhar o Palmeiras, até porque nós ganhamos do Vasco, que tinha um grande time, naquele ano. E nós não tínhamos a estrutura que tem hoje também. A gente treinava um dia no Fla-Barra, outro dia na Gávea, tinha a questão do salário também… O salário atrasava, além de não ser dos valores que são hoje em dia, a gente tinha um pouco mais de dificuldade em termos de estrutura.

O Flamengo tem aquela tradição de ‘chegar na final e vencer’. E nós sabíamos disso. A torcida do Flamengo é fundamental. Quando o time está bem é fantástico. Acho que eles são um trunfo para o time nessa decisão contra o Grêmio.”

Momento de Willian Arão e saída de Cuéllar

Leandro Ávila: “Tem uma diferença de época porque antigamente os meias não marcavam. Os volantes precisavam ficar mais fixos. Hoje em dia, todo mundo marca e facilita muito para os volantes jogarem, tanto que o Arão tem uma certa liberdade para sair.

A saída do Cuéllar faz falta, é lógico, é um excelente jogador. Mas o Flamengo tem uma quantidade tão boa de jogadores que entra um e sai outro e o time continua bem. O Arão sempre foi um jogador taticamente bom para o Flamengo. É óbvio que não conseguia manter a regularidade dele 100% em todos os jogos, mas agora o time encaixou de tal forma que as coisas se ajustaram e aparece o futebol de todo mundo. O futebol cresce quando as coisas estão dando certo. O jogador ganha confiança. Ele está bem, está numa posição que gosta, então acho que está tudo certo.”

Fase de Gabigol comparada ao momento do Romário, artilheiro da Mercosul

Leandro Ávila: “É claro que não podemos comparar o Gabigol com o Romário. Comparando a equipe em termos gerais, o Gabigol tem muito mais jogadores dando assistências do que o Romário naquela época. Naquela época tinha bons jogadores também, mas o Gabigol leva uma vantagem. Quando não é o Arrascaeta dando assistência, é o Bruno Henrique. Quando não é o Bruno Henrique, é o Éverton Ribeiro. Tem o pessoal que vem de trás também.

Hoje tudo conspira a favor. Naquela época tinham inúmeras adversidades que tínhamos que superar. Quando as coisas estão dando certo, a tendência é de que acabem certo. Dizem muito que quando a fase é boa, tem que aproveitá-la. Eu não acho que isso seja uma fase, eu acho que é a realidade. Para mim, a realidade a partir de agora vai ser sempre assim. O Flamengo pode até jogar um jogo mal, mas a tendência é manter um nível, manter um ritmo, que está arriscado a no dia que jogar mal só empatar ou ganhar de 1 a 0.”

Éverton Ribeiro capitão. Aprovado pelo capitão de 1999?

Leandro Ávila: “O que a gente acompanha é de fora. A gente não vive o dia a dia dos jogadores para saber o que acontece lá dentro, a gente não sabe qual é a postura do jogador. Acho que tem vários jogadores com esse espírito de liderança e com condições de assumir a braçadeira, mas a faixa está bem entregue nas mãos do Éverton Ribeiro. Quando tudo está dando certo não pode mexer. Ele é um jogador de cabeça boa, está jogando muito bem, e acho que tem que ser mantido.”

Carlinhos e Jorge Jesus

Leandro Ávila: São épocas diferentes, como já disse anteriormente. Na época do Carlinhos era difícil de trabalhar. Não tinha essa gama de jogadores que tem hoje. A gente tinha que driblar um monte de coisas para tentar superar. Acho difícil comparar. O Carlinhos é um cara que se dedicava bastante, que não inventava. Ele falava a linguagem do jogador e todo mundo entendia. O Jesus está se revelando um cara que se adaptou rápido ao futebol brasileiro. Com o time que ele tem é claro que ajuda bastante. Mas acho que não dá para comparar o trabalho dos dois.”

Time campeão da Mercosul (Foto: Reprodução)

O Flamengo encara o Grêmio, nesta quarta-feira, às 21h30, na Arena do Grêmio, pelo jogo de ida da semifinal da Libertadores. A volta acontece no dia 23, no Maracanã.

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