Não é apenas na grama que a diretoria do Botafogo enfrenta inúmeras dificuldades administrativas e financeiras. Na quadra, onde já tinha finalizado o projeto de vôlei, agora chegou a vez da equipe de basquete, campeã da Liga Sul-Americana 2019, encerrar as atividades devido a falta de patrocínio.
A chegada da Pandemia, a mudança no modelo de patrocínio da empresa TIM e um racha entre membros da diretoria geraram situações definitivas para enterrar o projeto do Basquete.
Nos últimos anos, a equipe de basquete do clube, que era muito bem avaliada pelo torcedor alvinegro, contava, quase que exclusivamente, com o patrocínio da Operadora de telefonia TIM, por intermédio da lei de incentivo ao Esporte do governo do Estado do Rio de janeiro, para horar os compromissos com atletas e comissão técnica do Basquete.
Contudo, a Tim (que renovou com todos os quatro grandes clubes do Estado Rio de Janeiro no último mês) trouxe uma mudança no contrato deste ano. A verba, de aproximadamente 3 milhões, que até então era repassada para o setor de esporte, desta vez, deveria ser destinada a cultura. Está mudança impossibilitou investimentos em qualquer projeto de esporte dentro do clube, seja olímpico, futebol feminino ou mesmo da base. Essa mudança atingiu, entre outros projetos do clube, a equipe de Basquete do Alvinegro carioca.
Somado a isso, discordância na forma como o esporte era visto pela diretoria. Os diretores do basquete por vezes se sentiam desprestigiados pelos caciques que comandam o clube. O Basquete mesmo alcançando bons resultados dentro da quadra, não recebia a devida consideração da diretoria. Um bom exemplo, foi a forma apática como o titulo da Liga Sul-americana de 2019 foi tratada dentro clube. Para se ter uma noção do tamanho do descontentamento, o vice-presidente (Alexandre Brito) e o diretor (Gláucio Cruz) de esportes olímpicos, que estiveram o tempo todo no comando do basquete deixaram os cargos antes mesmo que a decisão de acabar com equipe fosse decidida.
Toda essa situação já provoca a debandada de jogadores e comissão técnica. O primeiro a deixar a equipe alvinegra foi ala-armador Caué Borges que assinou contrato com a equipe do Paulistano. Hoje, 30/07, foi a vez do comandante da equipe se despedir. Por meio de sua conta no Instagram, o técnico Léo Figueiró se manifestou seu sentimento e agradeceu o apoio do torcedor alvinegro. Foram dois anos a frente da equipe do Botafogo, onde conseguiu chegar as semifinais da NBB 2018/19 e conquistou o título da liga Sul-americana 2019, com virada histórica diante do Corinthians em São Paulo. Alem disso, Figueiró foi escolhido pelo treinadores o melhor técnico do NBB 11. Aliás, este ano Figueiró figura entre os três melhores, podendo conquistar o prêmio novamente.
“Difícil demais escrever em mais uma despedida ! Você Glorioso que tem contigo uma parcela tão grande da minha história como jogador e agora como técnico .
Obrigado por tudo que pude viver nessas duas temporadas , acho que mais uma vez o basquete escreveu uma linda parte da história desse clube centenário ! Queria deixar registrado Meu muito obrigado aos jogadores que fizeram parte desta historia a minha comissão técnica (ah amizade!!!!) aos dirigentes que confiaram no meu trabalhado ! E que possamos nos encontrar mais pra frente ! E que fique no coração de cada uma o cântico que diz que “NÃO SE COMPARA E QUANDO VOCÊ JOGA NÃO IMPORTA NADA É DIFERENTE ESSE SENTIMENTO NINGUÉM ENTENDE” Gratidão sempre por você estrela solitária de General Severiano!”
Com isso, ao que parece, o Botafogo ficará de fora das edições da Champions League e da NBB deste ano. Para participar da primeira competição, o alvinegro precisaria confirmar sua presença até o próximo dia 15 de Agosto e a para a segunda teria que formar uma equipe até Novembro, quando a NBB deve retomar as atividades.
