Joan teve interesse em F1 depois que viu a habilidade de Ayrton Senna nas pistas
Joan Mir Codinach, com 50 anos, nascido e ainda vive em Olot, Espanha, se apaixona por Fórmula 1 desde que ele tem memória. Quando ele tinha 4 anos, seus pais levaram ao cinema para ver o filme de F1 chamado “Grand Prix”, e ainda se lembra do impacto que lhe causou.
Naquela época, na Espanha, a Fórmula 1 não era nada popular, com apenas seguimento pela TV, sem imprensa especializada, mas, felizmente eles vivem perto da França, onde era o oposto, e seus pais lhe levaram e lhe compraram as revistas de F1.
Graças a isso foi que ele soube do famoso roubo no Grande Prêmio de Mônaco de 1984 a esse jovem brasileiro chamado Ayrton Senna e contado assim pela imprensa francesa, e contra um piloto francês. Isso lhe despertou o seu interesse por ele de verdade.
Suas primeiras lembranças de assistir a Fórmula 1 pela TV são da temporada de 1985. Ele só tinha olhos para esse brasileiro do capacete amarelo com a Lotus preta e dourada, e em 1986, seus pais o levaram a Mônaco para ver Ayrton ao vivo pela primeira vez, e isso foi pura magia. Amor à primeira vista.
Com isso, ele começou a colecionar todas as revistas que falavam de Ayrton, suas fotos, suas entrevistas, tudo. Seus pais puseram TV satélite em casa para poder ver todas as corridas. E, na corrida de Estoril de 1985, eu vi que Ayrton já era um grande piloto, um gênio.
“O meu sonho era ser piloto, mas eu percebi que isso sempre seria apenas um sonho. Sem talento, sem dinheiro, mas, felizmente, depois tive o Ayrton que representava todos os meus sonhos feitos realidade”, conta Joan
Joan tem histórias sobre automobilismo para contar, pois com o tempo, ele pôde conhecer pessoalmente as pessoas mais importantes na vida de Ayrton, especialmente a irmã Viviane e o sobrinho Bruno, o amigos Jô Ramirez e Gerhard Berger, Prost, Mansell, Rubens e o doutor que assistiu o Ayrton na maldita curva do Tamburello e que acompanhou ao hospital de Bologna.
Ele visitou lugares da sua história, muitos circuitos na Europa, a maldito Tamburello, o seu hotel, o seu restaurante, o hospital de Bologna, mais onde ele se sente melhor, é em Mônaco, onde ele sente muita paz.
Joan tem gravado o funeral de Ayrton, mas nunca teve coragem de ver, até 10 anos mais tarde, quando ele decidiu que já era o momento de agradecer pessoalmente ao Ayrton, tudo.
Ele memorizou ao mais ínfimo detalhe, e depois fez exatamente o mesmo percurso desde o aeroporto de Guarulhos até Assembleia Legislativa, a pé, tudo o percurso até Morumbi. Depois fez mais 6 visitas.
Joan visitou todas suas casas, conheceu seus amáveis vizinhos, suas escolas, os clubes esportivos onde treinava, suas empresas, Interlagos, a sede da TAS (Torcida Ayrton Senna), tudo. Essa foi sua maneira de acompanhar Ayrton, 10 anos tarde, até o final. Pode ser a única coisa de que ele se sente orgulhoso, ter devolvido todo seu carinho e respeito a Ayrton.
De ter conhecido pessoalmente o seu querido sobrinho Bruno, ele espera que onde Ayrton está, esteja feliz. Faz um ano que ele lhe enviou um amigo, e graças ao qual ele foi acolhido pele família TAS, do qual eu sou agora um orgulhoso membro.
Ayrton apareceu em sua vida na época mais importante, a de adolescente, onde uma criança precisa de uma referência, e Ayrton tinha todos os mesmos valores que o educaram em casa.
“Como amante da Fórmula 1, antes eu gostava do estilo bravo de Gilles Villeneuve, mas quando apareceu o Ayrton, nenhum piloto seria igual a ele, rápido e espetacular, inteligente, lutador, muitas vezes com carros inferiores a os de os rivais, e ainda assim, um vencedor, um gênio, um campeão.
Mas como pessoa, ele tinha todas as qualidades elevadas à máxima expressão. Fiel a seus princípios, seus valores, inteligente, sensível, carinhoso, amável, atento, e com esse sorriso, sempre ajudando as pessoas que necessitavam, ele tinha essa capacidade de dar a cada um exatamente o que merecia.
Se uma criança precisava de um abraço, um sorriso, ele ali estava e se essa pessoa era Ballestre, e precisava de uma reprimenda, também, e embora isso lhe trouxe problemas, ele sempre foi fiel a seus valores, aconteça o que acontecesse. Sua luta contra a desigualdade e a injustiça.
Ayrton era puro, já faz 26 anos que Joan ainda chora sua falta. Depois de sua morte, ele ficou dois anos sem assistir a Fórmula 1. Mas teve seguindo um pouco a Indy, Kart pela TV, onde Jacques Villeneuve lhe despertou o interesse pelas corridas de novo.
Depois, Jacques veio a Fórmula 1, para correr com o carro de Ayrton, e ficou campeão, e contra Schumacher, com uma manobra igual a de Prost com o Ayrton em Suzuka , mas essa vez, Jacques fez justiça.
Para Joan, foi como se Ayrton lhe enviasse Jacques para dizer “o tetra é nosso” e justo 10 dias depois, ele o conheceu pessoalmente e foi maravilhoso, um caráter carinhoso, e muito honesto.
É o último piloto, junto com o seu querido Bruno, por quem ele torceu e seguiu sempre. O Bruno sempre foi maravilhoso com Joan, e sempre lhe agradeceu que fosse vê-lo, fosse onde fosse.
Na atualidade, Joan não tem nenhum piloto favorito. Para ele, Ayrton foi, é, e sempre será: TUDO. Seu ídolo, sua referência, sua alegria, sua emoção. E embora ele não saiba, seu amigo, um membro mais de família. Joan simplesmente pede que vejam os vídeos de Ayrton, e escutem suas palavras nas entrevistas.
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