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João Eduardo conta 3 situações inusitadas quando trabalhou de fiscal de pista na Fórmula 1, na época de Ayrton

João Eduardo Lopes Carreiro Fiel, nascido e ainda morando em São Paulo/SP foi engenheiro Mecânico Automobilístico formado na FEI em 1995, trabalhou como fiscal de pista de 1991 até 1995, quando fez sua última F1 e outras provas de automobilismo.

Ele só parou porque começou a trabalhar e não tinha mais tempo, foi um período fantástico que ele agradece ao Roberto Barranco dono da equipe e a sua esposa a Denise, além dos companheiros da época, não deixando de mencionar o Artur e o Kilha.

Nesse texto serão contadas algumas situações de João Eduardo guardadas há anos, todas envolvendo o Ayrton Senna, mas importante dizer que, apesar de sempre assistir e acompanhar a Fórmula 1 desde pequeno.

Em 1991 recém estudante de engenharia, ele tinha tempo e entrou na Equipe de sinalização Speed Fever, pelo convite de um amigo, o Artur Sioca, devido a grande dedicação como fiscal de pista – bandeirinha, com boa participação nas provas de speed, marcas, paulista, stock car, F3, moto, entre outras, fui destaque e era responsável por um box de sinalização:

A primeira situação foi que, em 1993, quando fez a sinalização na reta oposta no posto 4, na época, (ele não se lembra do nome dos seus companheiros de box, mas me ajudaram muito nos dias de treino e corrida), porém o grande momento foi a vitória do Ayrton Senna e a grande invasão da pista.

E aí que vem a aventura. Após a vitória, o pessoal começou a invadir e os retardatários não conseguiam passar pelas pessoas e de repente vem o Ayrton Senna e também não conseguiu passar, nesse momento ele falou: “vamos lá onde o Senna está parando para sinalizar”. Ele e seus amigos foram chegando na frente do Senna, uma pessoa abriu a viseira do Ayrton e colocou a cara dentro do capacete literalmente.

João retirou a pessoa com o pau da bandeira e ele, juntamente com seus amigos, cercaram o carro. Neste momento chegou a polícia nas motos com cassetetes na mão empurrando e tirando as pessoas de perto do Senna.

Quase João apanhou, pois na hora que o policial ia bater, ele mostrou seu jaleco laranja e bandeira e ele recuou. João se manteve próximo ao carro do Ayrton Senna, tudo isso pode ser visto nas filmagens.

Após ser removido do carro, o Senna se dirigiu ao Tempra e pouco antes de fechar a porta direita, Senna lhe cumprimentou e algo que nunca mais vai esquecer é a sensação da umidade da luva após a corrida. Ele sente até hoje aquela sensação. Ele lhe cumprimentou de dentro do carro entre a porta e a coluna do Tempra, tudo isso está filmado e pelo helicóptero.

“Após Senna deixar a reta oposta todos sabem do que aconteceu. Após essa correria voltou ao posto e ainda tirou uma foto dentro do carro do Johnny Herbert, para nós particularmente fizemos uma proteção inicial pois o pessoal estava insano pela alegria, talvez seja possível ver que nós estávamos cercando o carro com as bandeiras”, conta João.

A segunda situação: João estava visitando os boxes e as equipes, por falar inglês conseguia acesso falando com os mecânicos, inclusive ele tirou fotos com muitos deles.

Num desses momentos em 1994, o Ayrton Senna estava chegando e tinha uma multidão ao redor, e João estava com uma máquina e se posicionou bem na frente tirando muitas fotos. Quando o Ayrton Senna se sentiu incomodado e removeu sua câmera da frente dele, realmente ele estava atrapalhando rs. E João tem esta última foto.

A terceira situação: está na memória de poucos e talvez a Rede Globo tenha filmado, mas como foi algo que podia denegrir a imagem do Brasil, nunca foi ao ar, mas quem estava com ele (que ele não lembra o nome), mas tem fotos que podem confirmar rs.

Em 1994 João estava no posto 14, junção e subida do café, Ayrton Senna estava sendo pressionado pelo Schumacher e rodou, onde ele e outras pessoas tiraram várias fotos, as quais ele tem até hoje.

A história não era em relação às fotos, mas o que ocorreu após o término da corrida, João viu uma pessoa atravessando a pista e indo até o carro do Ayrton Senna.

João chamou seus colegas para ver e assistiram que a pessoa removeu o volante e levou em direção ao muro direito da pista. João não pensou duas vezes e saiu em disparada para interceptar. Ele correu demais com a bandeira na mão, o homem pulou o muro e ele também.

“Após pular fiquei de frente à pessoa dizendo que ele não poderia levar o volante, pois complicaria para o Ayrton Senna, mas era regra deixar o volante no carro. A pessoa não quis devolver, sedo assim, João foi para cima da pessoa ameaçando bater com o pau da bandeira. Com medo (rs) ele jogou o volante no chão.

Sendo assim eu voltei ao carro, e nesse momento a equipe de regate já estava lá e eles procuravam o volante. Quando eu cheguei cansado e ofegante, fiz somente uma exigência: colocar o volante no lugar e contar a história rapidamente. E claro que eu entrei no carro para tirar uma foto (a qual ele tem até hoje)”, conta João.

“Pensem em algo tenso, mas minha atitude deve ter evitado um constrangimento enorme para Interlagos e para o Brasil, pois ter um volante roubado teria sido muito ruim para a imagem. Essa história só foi contada para amigos e familiares.

Infelizmente na próxima corrida o nosso Ayrton Senna sofreu acidente e até hoje fico imaginando será que, se o volante tivesse sido levado, poderiam ter observado o problema na barra de direção, penso no fundo que não”, finaliza João.

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